Arcossó

 

Arcossó

A aldeia de Arcossó situa-se a 3 quilómetros de Vidago. A sua localização no alto de uma colina proporciona uma vista panorâmica deslumbrante sobre o vale, as vinhas e sobre a vila termal de Vidago.


 

 


Capela de Santo António

Denominação: Capela de Santo António
Freguesia: Vidago (União das freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras)
Localidade: Arcossó
Coordenadas GPS: 41°39'00.1"N 7°36'03.6"W
Localização: fica localizado no meio da aldeia
Tipo de sítio: Edifício Religioso
Descrição: Arquitetura religiosa, vernácula. Capela de planta longitudinal simples, interiormente iluminada por óculo axial e fresta na zona do retábulo-mor.
Celebra-se apenas uma missa por ano, precisamente no dia de Santo António.

Igreja de São Tomé

Denominação: Igreja de São Tomé
Freguesia: Vidago (União das freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras)
Localidade: Arcossó
Coordenadas GPS: 41°38'57.9''N 7°35'55.0''W
Localização: fica localizado no meio da aldeia rodeada de um adro com oliveiras.
Tipo de sítio: Edifício Religioso
Descrição: A igreja de São Tomé de planta longitudinal retangular, construída em granito, apresenta uma torre sineira, separada do corpo da igreja, de frente para a fachada principal. A igreja seiscentista, de estrutura vernacular, foi posteriormente muito modificada no decorrer do século XX. A sua construção data ao século XVII, no entanto na sua fachada principal está inscrito o ano 1818.

Fonte de Mergulho

Denominação: Fonte de Mergulho
Freguesia: Vidago (União das freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras)
Localidade: Arcossó
Coordenadas GPS: 41°38'58.0''N 7°35'58.0''W
Acesso: fica localizada no largo 25 de Abril no meio da aldeia
Tipo de sítio: Fonte de Mergulho
Descrição: A fonte de mergulho é construída em granito, num nível inferior ao do solo, acessível através de um conjunto de degraus, e de onde se retirava a água submergindo vasilhas, cântaros de barro ou pechorras. Outrora, este tipo de fonte era a única fonte de abastecimento das populações, tendo sido progressivamente substituída por fontanários.

Curiosidade
Já ouviu falar na Moura encantada?
“Lenda do Calhau da Moura”

Na aldeia de Arcossó, próxima da estância termal de Vidago e pertencente ao Concelho de Chaves, há, junto do Rio Tâmega, uma fraga chamada Calhau da Moura. A razão deste nome é legitimada nesta lenda que os seus habitantes criaram e continuam a transmitir, através dos tempos, de geração em geração. Segundo a lenda, havia, em Arcossó, uma jovem pastora que todos os dias ia para junto do rio com o seu rebanho de ovelhas. Para aproveitar melhor o tempo, costumava fazer meias de lã, para a família calçar durante o inverno. Um dia, estando ela ocupada na sua tarefa habitual, sentiu um leve rumor de passos, vindos do outro lado do rio. Levantou os olhos e viu uma senhora muito bonita, vestida com um manto de seda branco e calçada com sapatos de veludo carmesim. A senhora foi sentar-se sobre uma enorme fraga, que estava mesmo junto ao rio, e olhou para a jovem pastora com um sorriso, para a tranquilizar. Depois, levantou-se e começou a caminhar vagarosamente. Entrou no rio caudaloso e pôs-se a andar sobre as águas, como se trilhasse terra firme. A pastora seguia-a atentamente, com os olhos arregalados, muito admirada por ver que ela não se afundava, nem sequer molhava os sapatos. Julgando que era um fantasma, começou a sentir medo. Quis fugir, mas não teve tempo, porque a senhora se abeirou dela e a deteve, dizendo: - Sei que estás preocupada e receosa, mas não tens razão para isso, pois eu não venho para te fazer mal. Pelo contrário, quero-te ajudar. Eu sou uma moira que o destino obrigou a morar dentro daquela fraga, onde me viste sentada. Sou muito rica, mas não sou feliz. De bom grado distribuirei a minha riqueza por ti e por quem me quebrar o encanto. A empresa é muito difícil e muito arriscada, porque é necessário matar dois leões ferozes que me retêm ali prisioneira: tu não o podes fazer, mas podes contribuir para isso, se fizeres o que eu te vou pedir. Vai à tua terra dizer que nesta fraga mora uma moira muito triste, à espera de quem a venha desencantar. Quem o conseguir receberá tantas libras de oiro que não as poderá contar. Mas, antes, dá-me uma malga de leite das tuas ovelhas, para lhe experimentar o sabor. A pastora ouviu-a com toda a atenção e prometeu-lhe fazer tudo o que ela pediu. Encheu a malga de leite das ovelhas, que deu à moira, e preparava-se para partir, quando ela a deteve dizendo: - Espera. Toma lá esta caixa, em paga do leite saboroso que me deste e da ajuda valiosa que me vais dar. Mas não a abras, sem cumprir a tua promessa. Agora, podes partir. A jovem pastora dirigiu-se logo para a aldeia, disposta a dar cumprimento ao que prometera. Mas, no meio do caminho, não resistiu à tentação de ver o que estava escondido na misteriosa caixa. Na esperança de encontrar nela muitas libras de oiro, que a moira dizia ter com tanta abundância, abriu-a e verificou que, afinal, tinha apenas algumas rodelas de carvão. Desiludida e revoltada contra a moira por a ter assim enganado, pegou nelas e arremessou-as ao chão. Nesse mesmo instante, reapareceu a moira que apanhou as rodelas de carvão, as transformou em oiro reluzente e disse, com ar sombrio: - Todo este oiro era para ti, se tivesses feito o que prometeste. Mas, como faltaste ao prometido, continuarás a ser uma pastora pobre e eu uma moira encantada. Então, a pastora regressou à sua aldeia, triste, por ter sido curiosa, e a moita voltou a sua fraga, mais triste, por ver o seu encanto dobrado. E lá continua, na imaginação dos habitantes de Arcossó, que souberam da sua existência pela pastora, mas nunca tiveram coragem para a desencantar.

Fonte Biblio FERREIRA, Joaquim Alves Lendas e Contos Infantis Vila Real, Edição do Autor, 1999, p.42-44