Selhariz situa-se a 5.00 quilómetros de Vidago, no vale da Ribeira de Oura.
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Denominação: Igreja da Nossa Senhora da Expectação
Freguesia: Vidago (União das freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras)
Localidade: Selhariz
Coordenadas GPS: 41°38'07.9''N 7°32'05.3''W
Localização: fica localizado no centro da aldeia
Tipo de sítio: Edifício Religioso
Descrição: Igreja com traço setecentista consagrada à Nossa Senhora da Expectação. Com as construções vizinhas extremamente próximas, o adro desenvolve-se ao decorrer da fachada lateral direita.
Denominação: Antiga Escola Primária de Selhariz
Freguesia: Vidago (União das freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras)
Localidade: Selhariz
Coordenadas GPS: 41°38'11.1''N 7°32'02.2''W
Localização: fica localizada no largo do Prado
Tipo de sítio: Edifício Escolar
Descrição: A escola primária, edifício do projeto-tipo XXV, nº 46, do Arq. Eugénio Correia*, foi construída em 1931. O edifício é composto por uma sala de aula, vestíbulo e pequeno gabinete, de planta retangular, com alpendres adossados.
*Eugénio Correia (1897-1985) foi um arquiteto português, considerado um dos maiores expoentes de um tipo de arquitetura modernista, conciliada com a tradição nacional portuguesa.
Junto da aldeia de Selhariz, também perto da estância termal de Vidago, encontra-se um penedo gigantesco, com um buraco ao centro, que a gente da terra liga à presença dos mouros. Vejamos, então, como o povo explica a existência do buraco no penedo e o nome da Pedra Paula Maria. Há muitos anos, no tempo da reconquista cristã, alguns mouros, fugindo à perseguição das tropas lusitanas, após uma mortífera batalha, foram parar aquele sítio ermo. E, julgando-o um lugar bonito e seguro, resolveram aí permanecer. Mas, para maior segurança, precisavam dum penedo muito grande, onde pudessem construir um refúgio inexpugnável e onde pudessem caber todos. Naquele local, porém, não havia nenhum que satisfizesse as duas condições. Procuraram em volta e encontraram perto um, bem ao seu gosto e medida. Houve então, entre eles, acalorada discussão uns defendiam a ideia de se instalarem ali mesmo, por razões de segurança, outros puxavam para o lugar escolhido anteriormente, por motivos de simpatia. Para harmonizar os dois grupos e sanar a contenda, que ameaçava separa-los, o chefe do bando alvitrou: - E se levássemos o penedo para lá? Todos acharam a ideia brilhante. Mas como pô-la em prática se o penedo era tão pesado e impossível de rolar, pela configuração do terreno? Então uma moura corajosa e valente respondeu: - Levo-o eu sozinha se fordes capazes de mo pôr à cabeça. Entusiasmados com a proposta, embora um pouco cépticos quanto à sua execução, trataram de deitar mãos à obra, que não havia tempo para grandes demoras. E, enquanto os homens foram procurar troncos de carvalho para levantar a pedra, a moura foi arranjar “fentos” para fazer uma sogra, como os da terra chamam à rodilha. Depois, foi só levantar a pedra e colocá-la em cima da rodilha, na cabeça da moura. E aí vai ela, com aquele peso todo, como se nada fosse, em passos lentos, mas seguros, à vista dos mouros, de olhos esbugalhados, quase sem acreditar no que viam. Não demorou muito que a moura descarregasse aquela montanha de pedra no local escolhido e desejado. Agora era só arranjar maneira de se meterem lá dentro e pronto: estavam seguros. Para isso, abriram, ao centro, um buraco, por onde pudesse entrar uma pessoa e escavaram todo o interior. Terminado esse difícil trabalho, instalaram-se lá dentro com todos os seus haveres. Em seguida, taparam cuidadosamente o buraco da entrada que mantinham fechado durante o dia, para não serem descobertos, e abriam durante a noite, para passearem pelo monte e se abastecerem de água e de alimentos. Tudo parecia decorrer favoravelmente, até ao dia em que as pessoas deram pela mudança do penedo. Então, começaram a desconfiar que havia ali grande mistério e resolveram descobrir a verdade. Para isso, armaram-se de varapaus, enxadas, foices e gadanhas e, acompanhadas dos cães da aldeia, fizeram-se ao monte para porem tudo em pratos limpos. Ao chegarem perto do local, os cães começaram a ladrar furiosamente e desataram a correr em direção ao penedo. As pessoas foram-lhes no encalço; mas, quando lá chegaram, já não viram nada: os cães tinham-se calado e sumido misteriosamente. Como a noite se aproximava, voltaram para a aldeia, calados, pensativos e cheios de interrogações. No dia seguinte, ao alvorecer, voltaram ao monte e descobriram, no cimo do penedo, um buraco que os mouros, por causa dos cães, não puderam tapar como de costume. Então concluíram que os cães tinham sido roubados e silenciados pelos mouros. Não havia outra explicação. E, com receio de que lhes acontecesse o mesmo que aconteceu aos cães, resolveram deixar tudo como estava. Nem eles se aventuraram a abrir o penedo nem os mouros se aventuraram a voltar a sair dele, continuando a cumprir o seu fadário de viverem escondidos, a guardar os seus tesouros, para sempre. Os habitantes de Selhariz passaram a olhar para o penedo com orgulho e admiração e puseram-lhe o nome de Pedra Paula Maria, que era o nome da moura que o transportou à cabeça para aquele local.
Fonte Biblio FERREIRA, Joaquim Alves Lendas e Contos Infantis Vila Real, Edição do Autor, 1999, p.45-47
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